quarta-feira, 24 de março de 2010

Perfeita imperfeição de mistura unificada...

Ele -Estás ai?
Eu -Estou... claro que estou. Só que quando começo a ler algo é como se não tivesse com a alma no corpo, mas sim no que estou a ler.
Ela, simplesmente, esvazia-se nas palavras que em olhos meus passam a ser lidas, é como se nem de bússola precisasse mais para se guiar, como as palavras, aquelas palavras que são escritas também com alma, encontrassem agora o rumo certo, é como se essas palavras fossem as baias direccionais de corrumes incógnitos causados pelo tempo que outrora nem destino possuía.
Palavras que bailam em desassossego de um sossego completamente quase mutilado de perfeita imperfeição, numa mistura de sentimentos oposto que designam o que os une, o que os unifica num só gesto, numa só frase, num só momento, numa só tempo!
Como se o amanhã quase acabasse por chegar do ontem que agora é hoje e esse mesmo hoje que já não é mais um presente, mas sim um passado quase futuro.
Aquele tempo que é uma perfeita imperfeição de misturas contrarias ao que sonham ser sendo-o.
Aquela mistura de palavras que soam com as notas que acabam de acabar por soar nesse mesmo tempo, nesse mesmo momento, nessa mesma frase, nesse mesmo gesto…
Que se esgotem como o ar que enche e esvazia os pulmões mas que não tarda por repetir o mesmo percurso quase como uma rota, uma perfeita rotina que já de ser sempre a mesma fazemo-lo inconscientemente conscientes de que é isso que precisamos de continuar a fazer, mesmo que seja conscientemente inconscientes, e é isso que ninguém nos ensina a fazer porque nascemos a saber fazê-lo, tal como ver, sentir… Quantas são as coisas que ninguém nos ensina, mas que nascemos já sabendo-as, que viram rotina e acabamos por não as sentir mesmo sentindo-as, mesmo fazendo-as, mesmo, assim… vivendo-as e quase reaprendendo-as sendo ensinados por este Ninguém que chamamos: Vida (?)


Escrito ao som de: Explosions in the sky - Memorial [ http://www.youtube.com/watch?v=mJapaqTRXb8&feature=related ]

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Zinom