domingo, 31 de janeiro de 2010

Esperei...

Esperei...

E enquanto esperava preparava tudo, corria de um lado para o outro, arrumava uma e outra coisa para que tudo ficasse perfeito, mais perfeito do que já o era.
Até que no meio de tanta ânsia o telemóvel tocou, …, aquele som, …, aquela musica de sinal que a chamada era de um amigo…
Corri, agarrei o telemóvel e ao atender só me disserem: “- Desculpa, mas ele não vem porque perdeu o avião…”. Pum! ... Foi como se tudo disparasse ao desligar a chamada.
Tinha preparado tudo com tanto carinho para nada?
Valeu a intenção, talvez… mas não conseguia ficar ali com aquele ambiente todo, apanhei o casaco, saquei as chaves do carro e fui-me.
Enquanto conduzia sentia um sufoco, não sabia para onde ia, mas guiava e guiava, ou talvez fosse guiada para algum lado. Ao deparar-me aonde fui parar reparei que naquele sufoco todo não me tinha guiado para um simples lugar.
Não! Não fui para um simples lugar, não para um sítio qualquer, mas sim para o local onde tudo tinha começado: o nosso lugar…
Sai do carro e nem agarrei no casaco, aquela sensação de sufoco de mais uma noite sem ti fez-me perder por completo o frio, talvez perdesse o frio corporal, mas minh’alma parecia que gelava a cada segundo que passava.
Olhei o mar, …, aquele cheiro a maresia não só me entrava pelas narinas como pelo espírito inquieto que em mim permanecia.
Senti… Senti a brisa a envolver-me e desejei que fosses tu que me envolvesses em teus braços, mas não.
Dali dava para ver o fim da costa do monte e o início da praia, sabia que o tempo ia começar a escurecer, mas dali não arredei pé. Via as ondas a ir e a vir e a ir e a vir… o reflexo dos últimos raios de sol no mar e a costa ainda iluminada…
Fechei os olhos por momentos e senti a brisa a vir como se me levitasse a alma e… Aquela já não era a mesma brisa de quando fechei os olhos, aquele cheiro era diferente… era … era uma mistura não desconhecida e sem hesitar suspirei profundo e as lágrimas caíram-me pelo rosto. Era o teu perfume, virei-me e…
Ali estavas tu. Mãos nas algibeiras com aquele sorriso inimitável, calças de ganga escura e largas, sapatilhas all stars pretas, casaco de capucho e de gorro na cabeça a tapar o teu cabelinho, mas ainda notava-se as pontas saídas deste.
Baixei a cabeça e sorri, levantei-a outra vez e apenas me perguntaste: “- Hmm… será que me dás uma boleia?”
“- Para onde?”, perguntei-te.
“- Hmm… directamente para o conchego do teu coração, que me dizes?”
“- Épá, não sei. Ainda o sinto gelado, não sei se terás muito aconchego neste…”
E ao te aproximares perguntaste: “e se aquece-lo assim…?”
Num ápice agarraste-me pela anca puxaste-me mais para junto de ti e… beijamo-nos… aquele toque humedecido dos nossos lábios juntos, aquele momento prolongado, aquela mutuação de nossas almas, …, sim, fez com que o meu coração voltasse a ficar quente.
Depois olhaste-me nos olhos e com aquele ar de sempre, fazendo-se de despercebido, perguntaste: “- Será que já está mais quentinho?”.
Não tinha palavras, não sabia o que responder, tu sabias muito bem que sim.
Retribui-te o olhar, lancei-te um sorriso e abracei-te enquanto te sussurrava ao ouvido: “Tu és único…”
E ficamos ali abraçados, encostados ao carro no monte a ver os últimos raios de sol a se desvanecerem no horizonte, enquanto suava no ar aquele som do rebentar das ondas e aquela brisa do anoitecer…

sábado, 23 de janeiro de 2010

Pack #1

Soltam-se as notas e a musica preenche o espaço, preenche a sala. Soam e a cada acorde à aquela particularidade de uma parecer mais perfeita que a outra, perfeição esta que torna o cintilar destas colossal.

Encosto-me à janelas e enquanto aprecio a chuva que cai tornando as coisas mais reflectidas tu tocas. Sinto uma frieza inigualável, sensação esquisita e esfrego as mãos nos braços, apesar de mesmo gelada saber que aquela frieza não é corporal.

Continuas a tocar e começas a cantar uma das tuas musicas favoritas, do nada o som que antes agradável ouvia-se agora já não se sente, apenas sinto tuas mãos juntos aos meus braços, ao te encostares a mim perguntas:

- Que tens?

- Nada…

- Estás gelada.

- Isso já passa – sorrio-te – porque não voltas a tocar? Estavas a ir tão bem.

- De que me vale tocar se sei que não estás aqui para me ouvir? Quer dizer o estar estás, mas só em corpo presente, algo passa-se contigo – acaricias-me o rosto – sinto-o…

- Abraças-me?

- Isso nem se pergunta.

- Recebi hoje um telefonema…

- Não me digas que agora tens um admirador secreto via telefone?!

- Não, parvo…

- Que tem?! Podias ter e depois ficavas encantada com a sua voz que te fazia derreter agarrada ao telefone e…

- …e não acabaria de ouvir o telefonema, visto que com tanto derretimento o telefone escorregar-me-ia das mãos, certo?

- Tinhas que estragar tudo, nem sequer comecei a mencionar a baba já estás tu a dar final ao episódio, mesmo mazinha.

- Lá nada, isso achas tu, mas como sempre enganaste.

- Agora passando a coisas serias, …, de quem era o telefonema?

- Do hospital… - encosto-me outra vez à janela como se procura-se o resto das palavras para lá desta.

- Que disseram? Leo? – ao aproximardes de mim, tocas-me no braço – que disseram eles?

- Nada de mais, marcaram só a data para o exame. – lanço-te um sorriso vazio.

- E para quando é?

- Para daqui a uma semana.

- Irei contigo então.

- Não será necessário.

- Porquê? Porque insistes tu em fazer as coisas sozinha? Tu és forte, eu sei disto, não tens que mo provar querendo fazer as coisas sozinha. Eu estou aqui, para algo é. Quando preciso de ti, quando estou em baixo estás comigo, estás do meu lado, porque insistes agora querer estar tu só quando precisas de alguém?

- Tenho medo… - cai-me uma lágrima pelo rosto.

- Eu sei e não é só por isso que estou aqui, é também porque gosto de ti, porque te amo, porque me preocupo contigo.

- Eu sei, mas mesmo assim… mesmo assim há coisas que prefiro fazê-las só.

- Por burrice, não? Eu sei que não devia estar a ser frio contigo, não agora, mas…

- … Mas estás a sê-lo porque queres o meu bem, porque sabes que preciso de ti do meu lado, porque sabes que só estou a ser fria e…

- … forte por fora, porque por dentro estás mal.

- Sim. Sufoco de receio. – passo a mão no peito como se quisesse agarrar algo que me sufocasse.

Aproximaste mais e abraças-me, tornaste a desviar, mas mantendes te agarrado a mim, tocas-me na ponta do nariz enquanto sussurras:

- Amo-te pequenota.

Sorrimo-nos e abraçamo-nos como se o sufoco desaparecesse.

Sentaste no sofá e de costas viradas para ti encosto-me ao teu peito, enquanto tu devagarinho mexes-me no cabelo, suavemente passo a mão pelo teu braço agarrando-te na mão e entrelaçando os meus dedos nos teus, pergunto:

- Irás mesmo comigo?

- Claro que irei.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um Piano Preto...

Como se antes fosse eu a correr num longo corredor com o receio de as forças se quebrarem antes de chegar aquela pequena grande luz que brota de uma porta entre aberta...
E depois de lá chegar parasse e suspirasse não de cansaço, mas sim de alívio.
Toco com as pontas dos dedos na porta e suavemente abro-a, …, olho a sala e parece-me vazia.
Sofás tapados com lençóis brancos, móveis igualmente tapados...
Chego perto daquela pequena luz que agora brota duma cortina quase totalmente fechada e abro-a, dando-me assim luz para a vasta sala que antes parecia vazia, mas, agora, repleta de luz.
Noto, olhando o reflexo dum espelho, que no outro lado da sala há algo não tapado, há algo que não se esconde por de trás duns lençóis brancos: um piano preto...
De repente,
alguém entra pela porta com ar de frustrado, êxito e nem me mexo. Nem em mim repara, …, senta-se no banco do piano e ali na ampla sala ouve-se o seu suspirar...
“Porque suspiras tu…? De alivio? Exaustação? ” questiono-me enquanto ainda lhe observo…
Ouve-se um mero guincho da aba do piano a ser aberta por ele... Guincho que desaparece por meras notas terem sido agora começadas a tocar...
Olho-o sem me impor, ouço o que suas mãos tocam... e como estas transparecem-me serem suaves
As notas são tocadas mais rapidamente, soam à maneira das que na pauta estão.
Som místico ouve-se quando ele pela minha presença .
Suspiro…
A respiração começa a acelerar-se, como se agora este momento fosse o inicial, o de quando ainda corria pelo corredor, mas, subitamente, o som místico faz-se prevalecer e prevalecer, cada vez mais forte, mais perto, mais nítido e, …, do nada, acordo com o despertador a tocar…

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Dia 12

Dia 12.
Durante o dia apenas orvalhou um pouco, mas isto no início da noite, mas mesmo assim o dia até foi agradável. O próprio sol lá espreitou um q.b.
Agora, já de noite, é que chove um pouco e o vento sopra forte como ontem.
Maré-alta que ate no muro bate…

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Dia 11

Dia 11, chuvinha, por grande parte do dia.
Para muitos um sufoco, para mim um prazer, porque gosto mesmo de andar à chuva, de sentir as gotas e enfim…
E é isto…
Tirando a tarde passada no hospital, sem sequer contar com tal coisa, sem um livro sequer para ler… o aborrecimento, talvez proporcionado pelas dores de cabeça, pela quebra da rotina, pelo passar de pessoas em sofrimento, por encontrar familiares, por sei lá. Cansaço… talvez apenas cansaço… e cansaço acumulado com stresses da semana passada, dos últimos 5 anos, de não sei mais quê… nem de quando… das súbitas vontades de… spah… não importa… foi apenas mais uma gota no meio de tantas outras que tentam transbordar.

Enfim e enfim e enfim…
Às vezes apetece-me… puff… escapulir para… ai? Será?



Respiro… e suspiro…

Dia 10

Dia 10, sol espreitou, mas mesmo assim o vento soprava com alguma força. Pelo que saiba e tenha sentido, não choveu hoje.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Dias 7, 8 e 9

Dia 7, o dia permaneceu quase todo com nuvens negras, só mesmo ao cair da noite é que a chuva caiu também.
Dia 8, chuviscou quase todo o dia e quando tal não acontecia, o nevoeiro caía cobrindo a vista.
Dia 9, solinho de manhã, chuvisco a meio da tarde, sol again e por fim chuva…

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Dia 6

Dia 6
Sol, sol, sol, sol e sol durante todo o dia. Quentinho como se fosse mesmo Junho.
O mais banal? A minha súbita vontade de andar ao sol no lugar de à sombra. Logo eu que, sem sombras de duvidas, prefiro andar à chuva do que ao sol.
Mas hoje não… quis sentir o quente do sol no rosto… talvez, no fundo, quisesse sentir um toque de alguém.
Se gostei do dia?
Sim. Deu para passar pela baixa da cidade, ver os barcos, isto sim, completa-me o dia… e se completa…
Também comprei três peixinhos que já pairam e dão vida de novo ao aquário.
Fascina-me estar debaixo de água, sim, a ver os peixes, eleva-me para outra dimensão. Tal como ficar a observá-los mesmo estando eles num aquário. Acho que, no fundo, o meu signo até faz sentido.
Dia 6, se Junho for realmente como hoje, ui... que o final da escola e os exames também correm assim, bons tal como o dia de hoje.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Dia 5

Dia 5…
Isto hoje anda muito vago. Daqueles dias que nem sabemos ao certo como começar algo e ou se começar algo.
Apetece-me escrever, simplesmente, por tópicos e por um ponto final mais rápido.
Choveu, é normal, certo?
Ok…
Suspiro e recomeço: choveu no início da manhã. Mas o tempo manteve-se firme o resto do dia, apesar de, no céu, algumas nuvens negras permanecerem e a aragem fria gelar-nos o corpo.
Depois das nuvens, ou melhor, algumas nuvens, darem folga ao céu deu para ver a costa nítida e o mar a bater-lhe e a voltar em pequenas gostas quase que como cristais.
Que me apeteceu hoje? Enfiar-me na piscina e fazer piscinas durante uma hora, aproveitar os últimos quinze minutos e fazê-las sem respirar. Mergulhar e debaixo de agua fazer piruetas e dar cambalhotas, ir ao fundo e ficar a ver o tecto, debaixo de água, a ver as pessoas a nadar e a ouvir o som mágico das gotas a cair sobre a água.
É tarde, sim, eu sei, mas ainda por aqui ando sem sono algum enquanto ouço o som das ondas a rebentarem talvez num embalar de noite…

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dia 4

Como começou o dia?
Com sol, lá no algo a brilhar, manteve-se toda a manhã o que dificultou um pouco a condução, mas pronto. Nada que não seja ultrapassado. Até a meio da tarde ainda brilhou. Mas subitamente a chuva chegou, fresquinha e forte. Acalmou, mas o vento ainda paira a sobrar a aragem fria, o que proporciona ouvir-se melhor o mar e a forma como as ondas rebentam, algumas com tamanha força que se ouve o som como se estas caíssem de chapa.
Dia 4, mês de Abril… será mesmo assim?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Diálogo #3

- Psst… porque não paras um pouco?
- Sinto-me stressada.
- Reparei, ainda não paraste, limpas isto e aquilo e arrumas aqui e ali e quando paras olhas à volta à procura de algo mais para te ocupares.
- Não, só o fiz porque tinha que fazer.
- Quem é que se mete a lavar a louça já perto da meia-noite?
- Tinha que ficar lavada ou não?
- Não. Que eu sabia, entras depois das 10.
- E? Ia-me levantar muito mais cedo para a lavar?
- Tens que, simplesmente, parar de ligar àquilo que os outros dizem.
- …
- Sabes que é verdade o que digo, tal como sabes que consegues.
- Não estou a dizer nada…
- Achas que não sei porque andas de um lado para o outro a tentar ocupar a cabeça? Achas que não sei que não é apenas stress mas que também te sentes é triste e desmotivada?
- Ok… calma… respira.
- Quando é que vais acreditar que consegues e que não é isto que te limita? Onde anda a miúda que corria e corria e pulava e fazia piscinas sem respirar mesmo quando lhe doía o peito? Hmm? Por onde anda ela? Diz-me que vou lá buscá-la.
- Exacto Zé, doía…
- E, mesmo assim, continuavas, porque sabias que cada vez ia doer menos, que cada vez ia ser mais fácil e, outras vezes, fazias de repisa para contigo própria, porque dizias que não era ele que te comandava, até ao ponto em que foi preciso doer-te ao máximo para pensares que não era ele que te comandava, mas que juntos comandavam um corpo. O teu corpo!
- …
- Olha para mim… olha-me nos olhos e diz que já não acreditas que consegues, diz-me que acreditas naquilo que os outros dizem, diz-me que sentes que não tens resistência para mais.
- Simplesmente, já não tenho a mesma.
- E, no início, quando começaste, tinhas?
- Não. Ok, eu sei que depois acabei por a ter com o passar do tempo.
- Exacto. Tão porque te stressas tanto só porque alguém te diz que não tens resistência e que aquilo que mais queres não é para ti?
- E se tiverem razão? E se não for mesmo para mim?
- À mais de um ano atrás conheci uma miúda. Uma miúda que foi operada, mas que já antes disto era energética…
- Parvo…
- Uma miúda que, mesmo depois de ser operada, continuou a ser energética, ou melhor, acho que até ficou mais energética. Se bem me lembro, tinha duas vezes por semana 90 minutos de educação física, duas vezes por semana uma hora de natação e que ainda se levantava aos domingos de manhã para ir correr mais de uma hora na praia. Ah, para não falar que muitas vezes depois das aulas de educação física e nos tempos livre metia-se ou a jogar basket ou futebol. Sim, também me lembro que lhe doía, mas que, mesmo assim, ela continuava a lutar para que no amanhã houvesse mais resistência.
- O tempo passa e as pessoas mudam.
- Sim, é verdade. Assim como também há gente que se torna cada vez mais casmurra. Quando o fizeres, não estás a fazer pelos outros, quando desistires, não estás a desistir dos outros, mas sim de ti própria.
- Vais-te embora?
- Hoje?
- Sim.
- Não.
- Vais ficar comigo, pelo menos até adormecer?
- Não sei, acho que não mereces.
- Ok…
- VÊS?! Tão, para que foi que andei aqui a falar isto tudo? Hem?
- Ouhts… calma, só acho que tens razão, que talvez não mereça.
- E mesmo assim não pedes para ficar?
- Perguntei-te se ficavas, certo?
- Mas não insistes.
- E tenho?
- Nem sempre, às vezes basta um olhar teu.
- …
- Psst…
- Sim…
- Vou ficar.
- Já percebi que sim.
- Estás a ser fria…
- Não, estou a ser eu própria.
- Ah, pois, sim, claro. Tu própria? Sim, sim… sim… óbvio.
- …
- Uma pena?
- Não… um aconchego de almas?
- Mereces?
- Hmm… mesmo que não mereça, vais embora sem o dar?
- Sabes que não.
- Então posso adormecer nos teus braços?
- Enquanto te sussurro que és teimosa?
- Achas que não sei isto?
- Há tanta coisa que sabes e esqueces que sabes e ou até mesmo fazes que esqueces…
- És-me único, disto não me esqueço.
- És-me… deixa cá vez…
- O teu…
- Pedaço d’alma mais reluzente?
- Sinhe…?
- Sinhe, parvinha.
- Desculpa ser teimosa.
- Acho que deves este pedido de desculpas a ti própria e não a mim.
- …
- Chega cá, anda…
- Aconchego de alma?
- Só se for a noite inteira.
- Toda, toda, toda?
- Até mesmo depois de nos ser dado a dádiva de vermos o dia clarear ainda nos braços um do outro no quentinho dos lençóis.
- Fazes-me feliz…
- E tu a mim… e tu a mim pequenina…





[Boa noite*]

Dia 3

Dia 3, só de manhã é que a chuva abrandou, depois de trovoada, chuva e vento intensos e relâmpagos a entrar até dentro de uma casa.
Manhã quase calma, o sol lá espreitou, mas, mesmo assim, com o vento ainda a soprar forte e o mar a bater no muro, a chuva lá aparecia e desaparecia, mas continuou a dar algum espaço a alguns raios de sol.
À tarde voltou a visitar-nos, mas não tão forte como no decorrer da noite anterior.
Agora, já de noite, chuvisca, lá fora o vento corre frio, pronto a congelar narizinhos e mãos que sem o aconchego das luvas permanecem.
Será que Março será assim ou haverá dias em que a chuva nem passará por perto?

domingo, 3 de janeiro de 2010

Vou… ou melhor, Vamos!



Eu – Vou chegar a casa, cansada do trabalho. Vou fazer um pequeno e simples jantar, abrir uma garrafa de vinho e tomá-lo enquanto preparo e depois janto.
Tu – Sozinha?
Eu – Sim. Depois vou tomar um banho… um banho longo com água quente a deleitar-me o corpo cansado. Após o banho, vou enrolar-me na tolha e depois, de pegar o violão, deixá-la. Vou sentar-me na cama e tocar…
Tu – E neste momento, posso eu tocar-te à campainha?
Eu – Também vais querer tomar um banhinho?
Tu – E depois tocar eu para ti…? Sim.
Eu – Então abrir-te-ei a porta e, enquanto tomares banho, esperarei por ti junto à cama enrolada num lençol de cetim cinzento.
Tu – Depois do banho vou eu pegar o violão e tocar para ti e, em cada acorde, um pouco de mim…
Eu – Fará minh’alma vibrar… e… e ao sentir tal rubrica abraçar-te-ei.
Tu – E, neste momento, beijar-te-ei e…
Eu e Tu – Entregues a nós mesmo e um ao outro faremos amor…
Tu – E após tal momento…
Eu – Adormeceremos nos braços um do outro num mutuar de almas…

sábado, 2 de janeiro de 2010

Caixinha das memórias #1



Da caixinha das memórias retirei de lá uma música que já não ouvia, pode-se dizer, à uns anitos.
Diga-se de passagem que os olhinhos do Tim Akkerman estão no ponto neste vídeo clip, até despertou-me a vontade de desenhá-los, mas… nop, ando a dar folga ao tema desenho :X

Dia 2

Andei para aqui a postar e quase que me esquecia do dia, ou melhor, o tempo que, supostamente, significará o de Fevereiro, não?
Pelo que reparei de manhãzinha o sol lá espreitou, mas a chuva chegou depois para fazer o seu servicinho, mas lá abrandou e à tarde voltou a vir e a ir e a vir e ir, enfim, por enquanto o tempo está calmo.
O mar chegou a bater aqui no muro e os surfistas lá se fizeram às ondas.
Isto fez-me lembrar da vez em que um sujeito ficou com o parapente preso na figueira e na roldana que temos no quintal. Cá para mim ele deve ter pregado uma forte cacetada na parede, que ui, não deve ter doido pouco, não, mas pronto, lá subi ao muro e ajudei-lhe, enquanto ele apenas me dizia: “ohh…ohh…” ok, já tinha entendido que ele não falava português não sou assim tãoooooooooo naba, mas também não estava ali para conversar, apenas para o ajudar.
Banal, banal mesmo foi a minha expressão hoje enquanto conduzia. Reparei num sujeito a fazer jogging pelo passeio, o que me lembrou que também tenho que recomeçar os meus exercícios apesar de diariamente andar mais do que corro quer na praia quer no calçadão. Mas, naquele instante, o dito sujeito engatou os pés não sei em quê e quase se estampou no chão e a minha expressão foi: “wey caraças!” e fiz um gesto com a mão como se pudesse agarrá-lo ou evitar que caísse. Depois, simplesmente, desatei a rir com a minha figura de parva.
Ao menos ele não caiu :/
Estava agora a fazer zapping e ao passar pela SIC estava a dar a novela Perfeito Coração, onde a personagem Humberto falava, epah, não sei porquê mas a voz dele faz-me lembrar um desenho animado, só não me recordo qual.

Porto de embarcações - É para junto de ti que quero embarcar*



Porto de embarcações - É para junto de ti que quero embarcar*





Daqui a menos de dois mesinhos já o vou poder postar aqui :)

Numa viagem no tempo...















...






05-11-09 BB 01:14
Olha…
Olha como o tempo passou, vês? Sim, eu sei, ‘carpe diem’. Eu cresci, Nós crescemos juntos em cada momento.
Já lá vai mais de um ano e não me consigo desligar das recordações. E mesmo gostando de quem gostei depois de ti, falava-lhe de ti ao qual ele sentiu e uma vez me disse que talvez ele não soubesse fazer-me tão feliz, mas eu fui feliz com ele e, tal como contigo, também crescemos.
Crescemos a cada dia, porque cada dia é um dia.
Ouve…
Ouve o meu coração que ainda palpita mesmo sem a tua mão no meu peito e também eu tenho saudades de encostar a minha cabeça ao teu e ouvi-lo tão acelerado a palpitar.
Vê…
Ou…
Ainda olhas a lua? Ainda vês a estrelinha ao lado dela?
E naquela vez que discutimos, nas noites seguintes ora via a lua ora via a estrela, mas nunca ambas juntas e quando voltei a abraçar-te foi no momento que vi-as novamente juntas.
Sente…
Sente minh’alma pousar sobre as recordações…
Sente os meus olhos a encherem-se de lágrimas e no mesmo instante os mesmos vibrarem num sorriso só por me lembrar da tua voz, do teu sorriso.
God… sinto a tua falta! Sinto falta de partilhar um caderno contigo, de me sentir viva e com vontade de devorar páginas com a escrita e mesmo quando não tinha o caderno escrevia-te cartas. Cartas que agrafaste ao Nosso Livro.
Sabes…
Mudei de casa… quarto diferente, as coisas em sítios diferentes, mas mantive uma coisa…
Em cima da minha mesa-de-cabeceira pousa uma Caravela sobre parte de uma Concha…
E sinto o corpo a estremecer… e engulo um soluço que cai-me da garganta para o peito e sufoca-me não o corpo mas a alma…
Sempre que alguém vê, não vê o significado que tem…
Naquela tarde que foi complicada para estarmos juntos, porque era para eu ir, eu consigo ir e afinal tu já não e de repente a biblioteca vai estar aberta e chego lá e não está, mas tu tinhas dito que estava e que ias lá depois da explicação, certo? As horas passavam, ou melhor, os minutos pareciam horas, eternos e cada pessoa que entrava na biblioteca que acabou por abrir, cada pessoa que entrava eu olhava, mas nunca eras tu. E quando tu chegas… hello? Olhas de ressalto e viraste para a saída e eu: “então?”. Tu voltaste-te e vieste para perto de mim. Sim, lembro-me, não quis cumprimentar-te – ainda estava fria - mas achei piada darmos as mãos por momentos enquanto estudávamos, mas detestei o facto de leres o exercício do tipo: “o Jaquim tem 500 maças e bla bla bla bla que dividiu bla bla bla bla…” tipo, sim? Sim? Eu sei que no fim perguntaste de tinha entendido, mas como ia entender se tu andavas a ler com blas blas no meio e eu nem para me concentrar para ler o exercício? Não, não entendi o exercício e também não me apetecia estudar nem resolver mais problemas porque já tinha feito uns quantos até tu chegares!
Mas aceitei o teu rebuçado PELA PRIMEIRA VEZ! Aceitei sim :$ depois de ofereceres sempre um em ene dias e eu dizer sempre que não, mas como viste, até o papel do rebuçado guardamos no Nosso Livro com direito a data e tudo e o rotulo da garrafa que esgatanhaste com os nervos numa das noites lá no campo. O lenço de papel branco que ainda tem as marcas dos trocos e da corrente da chave que tinhas dentro da algibeira… “Que a nossa amizade nunca seja branca como este lenço de papel, que nunca falte palavras nela…” lembraste? Foi o que te disse. E tu? “epáh, tu até com um lenço de papel branco deixas-me sem palavras?!” ihhhhhhhhhhhhhhhh saudades de te ouvir, dos teus abraços, de caminhar de mão dada contigo mesmo quando chovia, porque normalmente chovia sempre que estávamos juntos e tu até, por fim, perguntavas-me “se hoje ia chover” em vez de “se hoje iria estar contigo”, de ficar a tremer antes e durante os momentos que passamos juntos.
Contigo aprendi a gostar de fado e comigo aprendeste a gostar de andar à chuva e a primeira música de fado que gostei chama-se “Chuva”. A vida falou-nos tanto entre linhas que só com o tempo vamos aprender e conseguir ler tudo o que ela nos tentou dizer…
Ponto um: lembras-te do nosso primeiro abraço? De como estava o tempo? Agora moro praticamente ao lado deste sitio…
Foi à saída do bar da praia, naquela noite chovia e tu: “finalmente o tal abraço!”, foi a noite em que começamos a partilhar o Nosso Livro e ficaste com um bruta sorriso só de leres o acróstico que fiz com o teu nome e a senhora do bar com a cena do Multibanco na mão à espera que metesses o pin e tu só olhavas para o caderno e para mim com um sorriso/ expressão de sei lá… lol :X foi a primeira noite que demos as mãos e andamos abraçadinhos, ainda guardo as fotos que tiramos com a minha maquina “porque apesar de não ser toda xpto como a tua” tinha bateria na altura e a tua não muahah, cabrão, nunca me enviaste as duas fotos que tiraste com a tua, nem aquela foto que estava a comer -.-‘ muito menos aquela ao pé do marco dos correios =/ és mesmo um franguito… piu!
Lembras-te? Lembras-te de me teres dito que querias ver se tinha coragem de te chamar franguito mesmo na cara? E lembras-te do que fiz? De parar a meio do passeio do nada, subir alguns degraus das escadas da entrada do hotel e pedir-te para chegares mais perto e de te chamar de franguito na cara e ainda dizer piu, ali! E calou! Não pia! Não P-I-A! Para veres que eu mesmo pequenina chegava-te à cara para te chamar de franguito – subindo uns 3 degraus das escadas – mas chamei-te ou não chamei? Hem? Ali!
Ponto dois: lembras-te… de como me acalmaste na primeira noite que estivemos no campo juntos? Tremia de nervos e tu seguraste-me na mão e disseste que me acalmavas assim, depois perguntaste se estava melhor ao qual respondi que não; ai entrelaçaste teus dedos nos meus e voltaste a perguntar, mas eu não conseguia deixar de me sentir nervosa por ali estar contigo e ai abraçaste-me… suspiro…
Adoro-te e adorava como me respondias: “também Adoro-te”

A Caravela – o Nosso Barco, em alto mar, numa noite Nossa sem russas nem suecas, só Eu, Tu e um vasto céu repleto de estrelas ao som do mar.
Parte da Concha – a Concha que Contigo partilhei. A qual Tu tens uma parte e Eu a outra e que juntas formam uma e lá dentro guardam o que um dia sentimos um pelo outro…
Guardo-te na alma, porque continuo a achar que o coração é um órgão, tal como sempre te disse.
E sim, eu sei que nunca te dei nem encontraste a chave para abrir-me deste meu mundo, mas mesmo sem a encontrares, deste meu mundo tu fazes e sempre farás parte.






...



De volta à realidade





Como foi ver-te mais de um ano depois?
Foi como ver-te a chegar ao bar da praia como na primeira noite.
Estagnou-se algo em mim, algo que me fez tremer, mas não ter coragem de me chegar junto a ti, até porque tu desvaneceste para não sei onde.

saudades… sim, tenho, tenho e volto a ter e nunca permiti não as ter, porque saudades é também sinonimo de que foi bom, mesmo que tudo tenha acabado num vazio, mesmo que ainda ouça mais ene vezes: “eu não entendo o que se passou com vocês os dois.”, nem eu entendo e há vezes que entendo e sei lá…
sim, há noites que adormeço num soluço, são tantas as vezes que uma lágrima desliza-me, são tantas as vezes que passo por onde passamos juntos e de flash vem-me tudo à alma e não me arrependo de ter partilhado contigo tudo o que partilhamos.
Jamais serás passado, jamais sentir-me-ei mal por te ter conhecido. Tu és e serás sempre especial, um pedaço de minh’alma, da miúda que me tornei.
Eu sei que te disse que a ultima carta te escrevi lancei-a ao mar e não te menti… mas tal como uma vez me disseste que o meu computador era um mundo com a minha escrita, também podes acreditar que neste mundo que existe nele há muitas cartas que para ti escrevi, e… em cada uma delas há um pouco de ti… porque tu és um pouco de mim…













Os caminhos são os mesmos e a calçada continua lá, intacta para com os de mais. Mas, os sentimentos renascem diferentes enquanto pela mesma calçada ainda piso. Em cada lugar há e sempre haverá um pouco de ti, em cada esquina um sorriso teu realça-me no pensamento, …, a troca de olhares subordinados ao que viria depois, as baladas da matriz que fazem estremecer tudo o que um dia, entrelaçadas nas mãos, levamos: a Eterna Amizade, enquanto que pela mesma calçada caminhávamos…

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Feliz Ano Novo com um enorme sorriso :)

Antes de mais, Feliz Ano Novo com um enorme sorriso :)

Iniciar o ano levou-me numa viagem ao passado, mais precisamente a uma aula de educação física (E.F.).
A primeira aula de E.F. do ano passado, onde a profe dizia que os doze dias iniciais do ano significavam os doze meses, ou seja, a forma como o tempo seria, que este iria reagir como os primeiros doze dias iniciais daquele ano.
Hoje, dia um, será Janeiro, obvio, o tempo limitou-se a estar com uma aragem fria, mas não tanto desconfortável, chuviscou pela tarde dentro, mas deu para ir caminhar pela praia. Aliás, foi uma combinação excepcional, chuva numa passeio à beira-mar, de certo que há por ai gente que concorda comigo, ou estarei eu enganada? :) deu para ver pessoas a darem o seu primeiro mergulho do ano, como um jovem adulto a despir-se em plena praia e a fazer-se à água, entre outras passagens, e umas tantas outras pessoas como eu a limitar-se a um passeio.
Algo que também reparei foi em alguns caules de flores à beira-mar, onde em algumas apenas restavam poucas pétalas. Terá alguém lá ido ofertar um bouquet ao mar?
Adiante, terminamos a noite com chuva, não me perguntem como estava o tempo pela manhã, só me levantei depois das 12horas :X
Será que o tempo assim significa mesmo que Janeiro será de igual modo?
Espero eu anotar como estará o tempo nos próximos onze dias, a ver se regula mesmo esta ideia.





[Algumas fotos banais do passeio. ]