sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Meu pedaço d’alma reluzente…

E se hoje te deixasses de barreiras e me aquecesses com o calor das tuas asas mesmo sem as possuíres?





Meu pedaço d’alma reluzente…

Um Banco...


Às vezes fico retida no meu pensamento onde tu permaneces...Recordo-me dos nossos momentos...

(…)
Sinto a tua falta...
(…)
Para ti posso ter sido, ser ou vir a ser apenas um banco onde te sentas porque te sentes cansado da caminhada e nele precisas de restabelecer força...Mas, para mim, tu sempre serás a minha constelação...O meu primeiro amor a quem jamais disse, mas sempre senti no interior de minh'alma esta grita o quanto gosto de ti.






Hoje fui até ao meu antigo blog e deparei-me com um poema que tinha escrito já há dois anos e tal.
Aqui… aqui está parte dele, ou pequenas partes.

Banal é ver as pessoas entrarem nas nossas vidas e irem-se sem se despedir, mas também de que serve despedir-nos de algo ou alguém? Ninguém é de ninguém. Todos nascemos para o mundo, para aquela grande esfera que aos poucos tanto construímos como destruímos, como destroem, como… enfim.

Acho que por mais que me tivesse despedido de ti, jamais me despediria das recordações que juntos criamos.
Foste o meu maior musa e tal como há dois anos atrás, hoje se contigo me deparo na rua, estagna-se algo em mim. Algo que nem eu sei explicar.

O quão és belo, o quão me fazes estremecer por dentro só pela tua presença estar no mesmo espaço que a minha… A tua voz… O teu olhar… O teu jeito… TU, simplesmente, TU.

Acordar após uma noite de sono onde contigo sonhei…
Olhar um certo actor e continuar a achar ele parecido contigo quando todos dizem que não…
Reler o que para ti escrevi…
As nossas conversas ou melhor, “divagos amorosos” como lhes chamavas tu…
Recordar as madrugadas que para mim cantavas…

A Vida é feita de recordações…

TU… TU és uma delas na minha caixinha de recordações que guardo num cantinho da minha vasta alma.



E como ela é vasta…

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sem titulo # 2

(Tenta ler ao som da musica... enquanto esta acompanha cada palavra, cada sentimento colocado em cada frase...)

- Porquê?! Hem?! Que te passa pela cabeça? Diz-me! – Questionas-me enquanto agarras-me nos braços e tentas olhar-me nos olhos.
- Deixa-me! - Tusso mais forte. – Deixa-me…
Abraças-me subitamente enquanto tremo cada vez mais.
Apesar do frio da maré, das roupas encharcadas, sinto o calor do teu corpo junto ao meu.
- Que te passou pela cabeça para tentares fazer isso?
Nem me atrevo a responder-te.
- Olha para mim… fala comigo. Porque sufocas isto tudo dentro de ti?
- Zé… - Desato a chorar. – Deixa-me, por favor, deixa-me. – Soluço.
- Nunca, sabes bem que nunca te deixarei, muito menos agora. Aqui, enquanto permaneces em pleno descontrolo.
- Eu não suporto isto! Eu…
- Vem. – Pegas-me ao colo. – Vamos para casa.





Não me recordo de quanto tempo levamos até chegarmos a casa. Acordo, já de camisa de noite sobre a cama do nosso quarto, sobre a nossa cama.
Vejo-te ali, ali junto à janela a observar para lá dos vidros, com um ar pensativo.
Levanto-me sem fazer barulho e abraço-te. Seguras-me firme junto a ti, o que faz com que ouça o palpitar do teu coração a acelerar quase em uníssono com o meu.
- Desculpa-me. Eu sei que… que o que fiz não foi correcto, mas…
- Não há “mas…” nem meio “mas…”. Simplesmente, não foi correcto e pronto. E não, não te vou julgar, nem massacrar por tal coisa. Apenas peço-te: não me deixes, não cometas tal erro outra vez.
Baixo o rosto.
- Não sabes o quão foi sufocante ver-te ali em alto mar, inconsciente, no meio daquele remexer todo, sem saber como sair do meio dali, daquilo, sem saber como tirar-te dali para voltar a poder abraçar-te, ter-te como te tenho aqui, agora, comigo, junto a mim. A sensação de quase inútil, a sensação de que quase te perdi, …, por isso, não, não me deixes, nem tentes fazer tal coisa outra vez.
Abraço-te, abraças-me… abraças-me como se não houvesse um depois, como quem agarra o que mais tema perder.
Sussurro-te:
- Desculpa, meu Amor.
- Não te quero perder. Eu preciso de ti, TU fazes parte de mim. A ideia de te perder, é como perder parte de mim.
As lágrimas correm-nos enquanto os nossos lábios se juntam num logo beijo e culminar de sensações.
E… como são quentes os teus lábios…

Simplesmente, Não.

Escrito a 16-02-10
Duas décadas, uma semana e algumas horas…

Manias e manias e mais manias… que não entendo, que não te sei explicar mas que, mesmo soberbas e banais, faço-as.
Viro-me para a parede, encosto a cabeça à mesma e ali fico a tentar acalmar-me…
NÃO!
Não entendo, NÃO SUPORTO sequer…
A minha cabeça permanece numa revolução, numa mistura…
God…
Sinto uma frieza, uma raiva, uma forte vontade de derrubar tudo, de, simplesmente, bater com a cabeça.
PÁRA! Pára… é tudo o que te peço.
Faz com que isto passe.
Faz com que isto pare…

Não suporto…
Não suporto esta porra, esta banalidade, simplesmente, não.

Não me venham dizer que “Vai correr tudo bem!” “Temos que ter calma!”
Como é que vai correr tudo bem? Como é que alguém consegue continuar a usar mascara nesta altura?
Não me venham dizer que “Não é preciso!”
Não é preciso porquê?!

Fui estúpida? Fui fria de mais ao ser frontal e ter dito que o medico fosse direito com as palavras, que as dissesse?
“Tentativa de suicídio”
Ela, sim, ela, ela simplesmente tento suicidar-se e não, não foi a primeira vez que o vez.
E eu, sim, eu, eu não suporto a ideia, não suporto mais ouvir as mesma ameaças que vai voltar a tentar, que quando menos esperarem vai fazê-lo, que quando estiver sozinha vai…

Oifghewnlaicgu2stxdfgn…. SUFOCO!

A minha cabeça… na minha cabeça a revolução é tão vasta, que…
Apetece-me não gritar, mas sim berrar…
Apetece-me não encostar a cabeça à parede, mas bater…

Apetece-me ir até à beira-mar, sentir o gelo da maré e olhar o céu… ficar ali a ver as nuvens a movimentarem-se suavemente sobre a minha cabeça enquanto o frio da maré vai e vem e torna a ir e a vir enquanto eu… eu simplesmente tento acalmar-me.

Não, não quero que ninguém fale comigo, não quero eu sequer falar com alguém. Só quero esquecer, só quero não pensar, só quero acalmar-me, só quero não ter que usar mascara e dizer que está tudo bem quando não está.

Sinto-me cansada, dói-me a cabeça, tenho o corpo gelado, as veias das mãos no seu soberbo realço, uma das mãos com uma nódoa negra, os olhos rasos e tremo, só não sei se de nervos ou de frio.

Eu não a quero perder.

Ontem… ontem ao vê-la ali, deitada naquela cama do hospital ligada àquelas maquinas com a probabilidade de ter um ataque súbito e puff…
Não sei… puff… senti uma vontade de nem estar ali, mas por outro lado não queria sair dali. Queria olhá-la, vê-la, mas por outro lado, uma parte de mim não queria… uma mistura de sentimentos, sensações, de não sei o quê…
A noite foi vasta, nem consegui dormir direito, acordava, olhava para o relógio e mais parecia que tinham colocado o tempo em modo “lento, muito lento…”, fez-me lembrar a noite em que ela desapareceu e o dia custou tanto a clarear…
Ela teve alta e a rotina voltou, os mesmos comentários tortos e tudo…
No work, houve um momento esta tarde que parei e nem sabia sequer o que estava a fazer… pairou-se no ar um vazio, olhava e olhava à minha volta e nada. Nada… NADA, ali… nada, um vazio, um sei lá, que nome dou a isto?! Que faço?! Que devo fazer?! Que devo dizer ou não dizer?! Como devo reagir perante uma situação destas?!



Suspiro…

Não, não sei se quero respostas, nem sei o que quero… talvez só queira neste momento adormecer rápido sem pensar…

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Porto de Embarcações


Porto de Embarcações.

Acordo com o soar do zumbido da vibração do telemóvel na mesa-de-cabeceira, atendo e:
- Espero por ti junto ao “Porto de Embarcações”…
Desligo a chamada sem pensar, tendo a noção que ainda ouvi a tua respiração do outro lado antes de desligar.
Viro-me para o lado e observo a luz que já brota da janela. Enrosco-me um pouco mais nos lençóis que, apesar do frio matinal, ainda estão quentinhos. Fecho os olhos e, subitamente, levanto-me da cama.
Preparo-me para sair, saco a chave de casa e o mp3, tranco a porta e sigo pelas escadas do prédio. Desço-as e, ao chegar à porta de entrada, reparo que começara a chover há momentos antes. Sem hesitar abro a porta e saio, começando a minha corrida matinal mas recusando-me a ligar o mp3, basta-me o som das gotas que já me embalam e convidam a continuar o percurso… O mesmo percurso de sempre.
Acelero um pouco mais o passo e a chuva parece que me acompanha na velocidade. Sigo pelo jardim, cada vez mais aviando o passo até que paro sem abrandar antes a corrida, inclino-me para a frente para tentar normalizar a respiração e, ao voltar a endireitar-me, sinto o teu respirar junto ao meu ouvido enquanto me sussurras:
- Qualquer sítio onde te encontro é o Nosso Porto de Embarcações…
- Ai sim? Tão, dizes-me lá porquê.
- Mesmo sabendo que já tu o sabes? – Perguntas-me.
Lanço-te um olhar como quem diz que sim e abraçamo-nos enquanto a chuva continua a cair sobre nós.
- Vamos para casa… – sugeres.
- Não antes de comprarmos algo para o pequeno-almoço.
No caminho para casa, paramos na pastelaria do costumo, quando ainda nem sete horas da manhã batem. Compramos uns donuts e seguimos o resto do caminho de mão dada enquanto ainda chove.
Chegamos a casa e o silêncio parece que nos acompanha enquanto nos dirigimos para um banho quentinho.
Acaricias-me o rosto enquanto suavemente te beijo a mão, deixamo-nos levar… quando já não caem as gotas de chuva sobre nós mas sim as do chuveiro. Enquanto estas nos percorrem o corpo contemplamo-nos num entrelaçar de corpos…
Eis mais um Porto de Embarcações, onde as nossas almas se permutuam numa perfeita imperfeição de mistura unificada que cai e cresce sobre e em nós, como se nada mais fizesse sentido para além do que sentíamos quando embarcamos neste nosso porto...
Cada toque, gesto, movimento, cada suspiro intenso parece mais cúmplice do que o anterior e menos que o seguinte e, entregues a nós, entregues um ao outro, acabamos por fazer amor…
Quando parece que a chuva lá fora abranda com o regatear dos minutos, já deitados, tendo sobre nós os lençóis que nos deleitam as nossas formas corporais enquanto nos mantêm aconchegados, longe do chuvisco que outrora nos molhava, agora, observamo-nos enquanto o silêncio ainda paira no ar.
Silêncio que é quebrado, muitas vezes, por um suspiro mais longo e profundo quando olhos nossos se fitam, quando tu tentas alcançar, num só toque, o que sempre escondo depois de fazermos amor.
- Porquê enroscaste dentro de ti quando em mim o podes fazer?
Baixo o olhar enquanto me perguntas.
- Não te sou estranho, não sou ninguém que acabaste de conhecer, muito pelo contrário.
- Eu sei…
- Tão, porque foges de mim depois de fazermos amor?
- Estou aqui, não estou? Logo, não estou a fugir. – Retorquiu-te.
- Sabes que não é a isto que me refiro.
- Que queres que te diga?
- Nada… deixa-me apenas sentir-te, tocar-te sem que tentes esconder-te.
- Mas tu sabes que... – interrompes.
- Que não gostas, sei… Que preferes ficar apenas a trocar olhares em perfeita cumplicidade. – Acaricias-me o rosto – Quero-te tanto…
Desces a mão pelo meu rosto fazendo deslizar em direcção ao meu peito. Passas-me a mão no meio dele e sustento a respiração por momentos… Subitamente agarro na tua mão e suspiro enquanto viro o rosto para o outro lado.
- Olha para mim…
Abano a cabeça enquanto as lágrimas caem-me pelo rosto.
- Que temes tu? Achas que alguma vez te irei deixar por isto?
Finto-te o olhar enquanto te pergunto:
- E se tiver que ser mesmo operada, se tiver que recorrer a uma cirurgia, vais continuar a olhar-me como me olhaste até agora?
- Eu Amo-te! E tal como não hesito em dizê-lo, não vou hesitar em olhar-te como sempre te olhei! Desde a primeira vez que me salvaste, desde a primeira vez que me agarraste em alto mar e levaste-me em teus braços para terra, me reanimaste e me sorriste com os olhos vidrados tal como agora. Olhos que, tal como naquele momento, reflectem-me neles. Não será isto que me fará deixar de te amar. Quantas vezes voltei eu ao mesmo sítio onde me salvaste pela primeira vez na esperança de te voltar a encontrar? Quantas vezes? Achas que foi apenas porque me salvaste? Não! Foi porque foi em teus braços que senti o que nunca tinha sentido antes… Senti-me vivo e foi pelo “pedaço d’alma”, como costumas dizer, – rimo-nos juntos por momentos – …foi pelo “pedaço d’alma” que abdicaste de ti por mim, para me fazeres renascer que voltei lá. E tal como um puzzle precisa de todas as peças para ficar inteiro, eu preciso de ti para ficar completo.
Sorrio para ti e enquanto te abraço sussurro-te:
- Meu pedaço d’alma reluzente – suspiro enquanto te abraço mais forte – complementas-me também.
E como uma perfeita imperfeição de mistura unificada, voltamos a embarcar nos braços um do outro voltando assim a fazer amor, adormecendo após tal momento de entrega.


Do nada um cheiro a café paira no ar. Abro os olhos e:
- Pensei que, talvez, precisássemos de recarregar as forças. – Elucidas-me.
- Então chega mais pertinho de mim… – e ao aproximares beijo-te suavemente – tu é que és o meu alento maior. – Mordo o meu próprio lábio enquanto te sorrio.
- Gosto de te sentir, de te ver assim…
- Assim como? Com ‘fomecas’?
- Bem Amor. Com esse sorriso que upa upa… deixa qualquer um com vontade de…
De sobrancelha meio elevada pergunto-te:
- De…?
- De te morder muarrr – ‘saltas-me’ para o pescoço.
- Tão? Cuidado, ainda entornas isto tudo e olha que o café está quente. – Deixo escapar um sorriso enquanto me encolho.
- Pronto… pronto… estou calmo, ufa... tu… vou-te contar. – Piscas-me o olho.
- Parvo – sorri para ti.
- E agora ela chama-me nomes, boa, amei! Mas, posto isto, diga-me lá a menina: que vai querer primeiro?
- Uma vida eterna para te amar…
Levantas o rosto, olhas para mim e respondes:
- Tão pois que assim seja, que nossas almas se tornem imortais e que mesmo após o último suspiro desses corpos nunca nos falte a brisa para nos voltar a guiar um ao outro. – damos as mãos, entrelaçamos os nossos dedos enquanto assim o declaras.