quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Simplesmente, Não.

Escrito a 16-02-10
Duas décadas, uma semana e algumas horas…

Manias e manias e mais manias… que não entendo, que não te sei explicar mas que, mesmo soberbas e banais, faço-as.
Viro-me para a parede, encosto a cabeça à mesma e ali fico a tentar acalmar-me…
NÃO!
Não entendo, NÃO SUPORTO sequer…
A minha cabeça permanece numa revolução, numa mistura…
God…
Sinto uma frieza, uma raiva, uma forte vontade de derrubar tudo, de, simplesmente, bater com a cabeça.
PÁRA! Pára… é tudo o que te peço.
Faz com que isto passe.
Faz com que isto pare…

Não suporto…
Não suporto esta porra, esta banalidade, simplesmente, não.

Não me venham dizer que “Vai correr tudo bem!” “Temos que ter calma!”
Como é que vai correr tudo bem? Como é que alguém consegue continuar a usar mascara nesta altura?
Não me venham dizer que “Não é preciso!”
Não é preciso porquê?!

Fui estúpida? Fui fria de mais ao ser frontal e ter dito que o medico fosse direito com as palavras, que as dissesse?
“Tentativa de suicídio”
Ela, sim, ela, ela simplesmente tento suicidar-se e não, não foi a primeira vez que o vez.
E eu, sim, eu, eu não suporto a ideia, não suporto mais ouvir as mesma ameaças que vai voltar a tentar, que quando menos esperarem vai fazê-lo, que quando estiver sozinha vai…

Oifghewnlaicgu2stxdfgn…. SUFOCO!

A minha cabeça… na minha cabeça a revolução é tão vasta, que…
Apetece-me não gritar, mas sim berrar…
Apetece-me não encostar a cabeça à parede, mas bater…

Apetece-me ir até à beira-mar, sentir o gelo da maré e olhar o céu… ficar ali a ver as nuvens a movimentarem-se suavemente sobre a minha cabeça enquanto o frio da maré vai e vem e torna a ir e a vir enquanto eu… eu simplesmente tento acalmar-me.

Não, não quero que ninguém fale comigo, não quero eu sequer falar com alguém. Só quero esquecer, só quero não pensar, só quero acalmar-me, só quero não ter que usar mascara e dizer que está tudo bem quando não está.

Sinto-me cansada, dói-me a cabeça, tenho o corpo gelado, as veias das mãos no seu soberbo realço, uma das mãos com uma nódoa negra, os olhos rasos e tremo, só não sei se de nervos ou de frio.

Eu não a quero perder.

Ontem… ontem ao vê-la ali, deitada naquela cama do hospital ligada àquelas maquinas com a probabilidade de ter um ataque súbito e puff…
Não sei… puff… senti uma vontade de nem estar ali, mas por outro lado não queria sair dali. Queria olhá-la, vê-la, mas por outro lado, uma parte de mim não queria… uma mistura de sentimentos, sensações, de não sei o quê…
A noite foi vasta, nem consegui dormir direito, acordava, olhava para o relógio e mais parecia que tinham colocado o tempo em modo “lento, muito lento…”, fez-me lembrar a noite em que ela desapareceu e o dia custou tanto a clarear…
Ela teve alta e a rotina voltou, os mesmos comentários tortos e tudo…
No work, houve um momento esta tarde que parei e nem sabia sequer o que estava a fazer… pairou-se no ar um vazio, olhava e olhava à minha volta e nada. Nada… NADA, ali… nada, um vazio, um sei lá, que nome dou a isto?! Que faço?! Que devo fazer?! Que devo dizer ou não dizer?! Como devo reagir perante uma situação destas?!



Suspiro…

Não, não sei se quero respostas, nem sei o que quero… talvez só queira neste momento adormecer rápido sem pensar…

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Zinom