quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Sem titulo # 2

(Tenta ler ao som da musica... enquanto esta acompanha cada palavra, cada sentimento colocado em cada frase...)

- Porquê?! Hem?! Que te passa pela cabeça? Diz-me! – Questionas-me enquanto agarras-me nos braços e tentas olhar-me nos olhos.
- Deixa-me! - Tusso mais forte. – Deixa-me…
Abraças-me subitamente enquanto tremo cada vez mais.
Apesar do frio da maré, das roupas encharcadas, sinto o calor do teu corpo junto ao meu.
- Que te passou pela cabeça para tentares fazer isso?
Nem me atrevo a responder-te.
- Olha para mim… fala comigo. Porque sufocas isto tudo dentro de ti?
- Zé… - Desato a chorar. – Deixa-me, por favor, deixa-me. – Soluço.
- Nunca, sabes bem que nunca te deixarei, muito menos agora. Aqui, enquanto permaneces em pleno descontrolo.
- Eu não suporto isto! Eu…
- Vem. – Pegas-me ao colo. – Vamos para casa.





Não me recordo de quanto tempo levamos até chegarmos a casa. Acordo, já de camisa de noite sobre a cama do nosso quarto, sobre a nossa cama.
Vejo-te ali, ali junto à janela a observar para lá dos vidros, com um ar pensativo.
Levanto-me sem fazer barulho e abraço-te. Seguras-me firme junto a ti, o que faz com que ouça o palpitar do teu coração a acelerar quase em uníssono com o meu.
- Desculpa-me. Eu sei que… que o que fiz não foi correcto, mas…
- Não há “mas…” nem meio “mas…”. Simplesmente, não foi correcto e pronto. E não, não te vou julgar, nem massacrar por tal coisa. Apenas peço-te: não me deixes, não cometas tal erro outra vez.
Baixo o rosto.
- Não sabes o quão foi sufocante ver-te ali em alto mar, inconsciente, no meio daquele remexer todo, sem saber como sair do meio dali, daquilo, sem saber como tirar-te dali para voltar a poder abraçar-te, ter-te como te tenho aqui, agora, comigo, junto a mim. A sensação de quase inútil, a sensação de que quase te perdi, …, por isso, não, não me deixes, nem tentes fazer tal coisa outra vez.
Abraço-te, abraças-me… abraças-me como se não houvesse um depois, como quem agarra o que mais tema perder.
Sussurro-te:
- Desculpa, meu Amor.
- Não te quero perder. Eu preciso de ti, TU fazes parte de mim. A ideia de te perder, é como perder parte de mim.
As lágrimas correm-nos enquanto os nossos lábios se juntam num logo beijo e culminar de sensações.
E… como são quentes os teus lábios…

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Zinom