sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Sentada ali...


Sentada ali, inapta para com a situação por nada estar a meu alcance e, sim, é nesta altura que sentes medo e pensas no que podias ter feito para que nada chegasse aquele ponto… porque numa sala de espera de um hospital é assim que te sentes para com quem está lá, do outro lado das portas com sinal de proibido, sentes-te inapto.

E, quando ali permanecia, chegaste tu acompanhado por mais um, acompanhado por ti próprio, pela situação que se seguiu…

Levanto a cabeça, olhas para mim e sorris-me enquanto nasce um cintilar do teu doce olhar.
Mantenho-me seria, não entendo o porquê de tal sorriso e pensamentos meus invocam a razão.
Volto a baixar o rosto enquanto te sentas atrás de mim e começas a falar… a sussurrar por momentos…
Dou por mim a ler o mesmo parágrafo do livro três vezes… fecho, guardo-o e retiro da mala o meu bloco de papel e a caneta. Com isto acabo um desenho que noutra situação havia começado.
Mudas de lugar, para um lugar com maior visibilidade sobre mim, e sinto-te a olhar fixamente, o que me deixa desconfortável.
Olho-te de ressalto e sorris-me uma vez com aquele teu doce olhar.

Está na minha hora de sair, porque o tempo surge e os compromissos chamam-me.
Despeço-me de quem acompanhava, visando que voltaria depois.

Olhamo-nos e o tempo parece destacar-se.
Baixo o rosto e antes de virar o canto entrego-te uma vez mais um olhar… o último olhar.

Sigo o meu rumo, o que ainda há por traçar.
Realizo as tarefas a cumprir, mesmo assim saindo depois do horário, e, tal como prometido, volto ao hospital para ir buscar quem lá deixei.
Nem sequer lá entro, muito menos dou de caras contigo, mas quando a noite adormece comigo nos braços, num sonho reencontro-me contigo.

Num reencontro com situações que a própria razão desconhece.
No sonho ofereceste-me um par de brincos, semelhantes aos que uso. Conversarmos, sorrimos e mais não sei…
Acabando assim por acordar com a impressão que não foi apenas um sonho…
Levanto-me já atrasada para mais um dia que agora enlaça mais uma etapa…
Calço as pantufas e numa delas algo causa-me um desconforto, elevo-a mas nada sai. Volto a calçá-la e o desconforto permanece, por fim coloco a mão dentro dela e retiro de lá um brinco… um brinco que já havia guardado numa caixa.

Coincidências? Certamente que acontecem…

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Divago #1

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Hoje não falamos…
Não nos cruzamos sequer…
Não existiu troca de olhares, muito menos de sorrisos…
Simplesmente, nada.

Suspiro…

Sabes… quando passeio ou até mesmo quando caminho apenas por ter que o fazer, ou quando vou a conduzir… estico a mão como se esta fosse alcançar a tua para caminharmos juntos de mão dada…

Ou até mesmo, quando o faço para apenas sentir algo… o vento ou… sei lá... algo, algo que me eleva no momento, que me faz renascer e ganhar força, uma força que não provem de armas, mas sim de coragem para o que ai vem.

E por mais que passe entre prédios onde por trás das enumeras janelas haja rotina, por mais que o caminho do carro até ao ponto de encontro de mais uma etapa, e ou vice-versa, sejam longos, frios, ventosos e por vezes chuvosos, por mais que as luzes dos carros encadeiem e o passeio seja pequeno de mais para circular, por mais que anoiteça quando este percurso é feito, é neste percurso que me sinto livre, onde os meus pensamentos não têm limites.



Hoje, sei que não falamos sequer, mas acordei com a sensação que contigo tinha estado.

Terminei o dia com um cansaço em cima e fiz grande parte do percurso até ao carro inconsciente. Quando dei por mim estava a descer a avenida, um pouco depois avistei o carro e pensei que já estava quase lá, mas não demorou 1 minuto e passei por ele sem me dar conta. Com isto, voltei para trás uns metros e entrei no carro.

Hoje o telemóvel não parava de tocar, mas nenhum foi um toque teu, e dar conta do work foi… sei lá…

Amanhã é um novo dia.

O «amanhã» será sempre um novo dia…


Esperemos que sim… há que acreditar e aguardar para ver e sentir…

'Carpe Diem'

PS: dei por mim a ouvir esta música e a voltar no tempo enquanto pairava sobre as palavras*

domingo, 15 de novembro de 2009

Passo a passo




Há um clarão reluzente no teu olhar
E, enquanto uma noite enevoada cobre a cidade,
Até de olhos fechados a consegues iluminar.
Quando à chuva corres são cristais que te acariciam o rosto,
E com o tempo correm-te lágrimas pela alma de saudades...

Avanças... aceleras o passo... mas a mágoa não passa.

Olhas para o céu e este sorri-te num cintilar de uma estrela,
Mostrando-te que mesmo chorando possuis uma alma reluzente
Reluzente como uma constelação... uma alma quente
Quente como uma noite de Verão... uma alma doce...

Retomas a corrida... o frio esquecido...

Pensamentos enchem-te a mente à velocidade dos teus passos,
Memórias distantes, histórias inacabadas, algumas nem sequer começadas.
Outras a tão poucas pessoas foram contadas
Mas todas elas fazem de ti quem és, o que és
Todas elas contam um pouco de como aqui chegaste

Paras... respiras... de novo em controlo dos teus pensamentos...
O sol começa a brilhar por entre as nuvens
A brisa a acariciar-te o rosto
E sorris... finalmente livre


Feito em parceria com o Alexandre

...




Chove e a única coisa que quero é sacar a bicicleta e fazer-me ao caminho.
Pedalar até não poder mais e deixar-me ir!
Sentir a chuva a bater-me no rosto cada vez mais forte…
Mas faço-o por me sentir bem ou porque fujo de algo?
Tal como quando saio da aula e faço-me à saída sempre a desejar ficar um pouco, apenas um pouco mais, longe disto tudo, daquela multidão, daqueles rostos… e acelero o passo e… de que fujo eu? O carro não sairá do lugar onde o deixei e não há nada para fazer depois… apenas libertar-me daquele (este) sufoco…

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Hoje...


Hoje... Hoje só sinto um medo que me perseguiu o dia todo e ainda nem adormeceu com a noite...


Eu hoje, só sinto um medo... um medo que se arrasta no corpo e me deixa os olhos rasos...


Hoje... [suspiro...]







...PEQUENO VASTO VAZIO...