sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Um Piano Preto...

Como se antes fosse eu a correr num longo corredor com o receio de as forças se quebrarem antes de chegar aquela pequena grande luz que brota de uma porta entre aberta...
E depois de lá chegar parasse e suspirasse não de cansaço, mas sim de alívio.
Toco com as pontas dos dedos na porta e suavemente abro-a, …, olho a sala e parece-me vazia.
Sofás tapados com lençóis brancos, móveis igualmente tapados...
Chego perto daquela pequena luz que agora brota duma cortina quase totalmente fechada e abro-a, dando-me assim luz para a vasta sala que antes parecia vazia, mas, agora, repleta de luz.
Noto, olhando o reflexo dum espelho, que no outro lado da sala há algo não tapado, há algo que não se esconde por de trás duns lençóis brancos: um piano preto...
De repente,
alguém entra pela porta com ar de frustrado, êxito e nem me mexo. Nem em mim repara, …, senta-se no banco do piano e ali na ampla sala ouve-se o seu suspirar...
“Porque suspiras tu…? De alivio? Exaustação? ” questiono-me enquanto ainda lhe observo…
Ouve-se um mero guincho da aba do piano a ser aberta por ele... Guincho que desaparece por meras notas terem sido agora começadas a tocar...
Olho-o sem me impor, ouço o que suas mãos tocam... e como estas transparecem-me serem suaves
As notas são tocadas mais rapidamente, soam à maneira das que na pauta estão.
Som místico ouve-se quando ele pela minha presença .
Suspiro…
A respiração começa a acelerar-se, como se agora este momento fosse o inicial, o de quando ainda corria pelo corredor, mas, subitamente, o som místico faz-se prevalecer e prevalecer, cada vez mais forte, mais perto, mais nítido e, …, do nada, acordo com o despertador a tocar…

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