quarta-feira, 24 de março de 2010

C. e Snow (II)

C. e Snow

Snow – Há quanto tempo adormeces assim?
Eu – Assim como?
- Com dores de cabeça…
- Há mais de um mês.
- Achas isto normal?
- Define normal.
- Porque raio achas que adormeces assim?
- Sei lá… porque penso de mais? (risos)
- Também, mas talvez também pensas em coisas que não devias.
- Tais como…?
- Em coisas que não valem a pena o nosso pensamento. Tu sabes quais.
- …
- Ouve, há coisas que não valem a pena. Há coisas que temos que desligar de uma só vez. Deixar ir… simplesmente, ir. Aprender com o que se passou e deixar ir, em vez de deixar que te magoem…
- …
- Mas tu não te lembras do que lhe disseste há pouco?
-…
- Sim! Disseste-lhe que aquilo era triste, ele não ligou meia, disseste-lhe que há coisas que só dependem de nós próprios. Oh pequenota, tu ouve-te. O que te digo não é nada de novo, não é nada que tu não saibas.
- …
- Tens que erguer esta cabeça e marcar a tua presença aqui! Tens que reagir e desligar-te das coisas que te magoa. Não deixes que os outros te façam pensar que és negra por dentro, porque não o és! Ouviste-me?!
- Ouvi…
- Com ouvidos de ouvir mesmo ou como é que foi? Hem?
- Com ouvidos de ouvir mesmo. (risos)
- VÊS?! Ficas melhor a sorrir, muitooooo melhor. Vá, agora não faças essa cara triste outra vez. Se te apetecer chorar estou aqui, tens o meu ombro amigo.
- Um grande ombro, não?
- Muito. Tal como as coisas que existem neste mundo e dentro de ti. Também são vastas e fortes, tens que acreditar.
- E são fofinhas como tu?
- Ehhhh, são menos que eu. Tu sabes que eu sou super fofinho. Já viste o meu pêlo? Já? Não é tão fofinho?
- É sim.
- Por falar nisto, tenho que ir visitar o P.
- Isto quer dizer que vais embora?
- Não. Nada disto, tenho que ir visitá-lo, preciso também que ele me arranje o pêlo. Sabes, ele tem umas mãos jeitosaaaaas.
- …Sim?
- Sim! Como é que achas que tenho um pêlo assim tão bem cuidado? É graças a ele. Só a paciência que aquele puto tem, nem imaginas. Gosto mesmo é de meter-me com ele, isto é que dá gosto a um urso como eu.
- Coitado.
- Coitado?! Coitado de mim, quando sou eu que tenho que lavar a loiça.
- Oh, mas se comes, também tens que limpar e, na minha opinião, é bom dividir o trabalho.
- Oh, mas eu bem que podia só enxugar e arrumar a louça. Aquilo basta um bafo meu e a louça fica toda seca rapidamente! É que é mesmo num instante!
- Oh, mas era o mesmo que nada depois… (interrompe-me ele)
- Também vais dizer que não vale a pena enxugar-lha assim?!
- Sim, não vês que a louça assim fica… (interrompe-me ele outra vez)
- Com um bafo a peixe de morrer, não é?! Já sei… é o que o P diz também.
- Oh, mas lavar a louça não é assim tão mau.
- Para ti não que não tens que molhar as patinhas. E além disto, aquele detergente da louça dá-me cabo do pêlo.
- Deixa lá, que cá em casa lavo eu.
- E queres que a enxugue?
- Não, deixa estar, como lavo com a água quentinha já me facilita o trabalho, mas sempre podes arrumar.
- Então está combinado, eu arrumo. Depois podemos ver um filme?
- Claro. Qual é que te apetece ver?
- “The Time Traveler's Wife”, pode ser?
- Sim, óptima escolha. Fazes as pipocas enquanto lavo e enxugo a louça?
- É para já. E se ligar ao P para ele vir ver connosco? Assim trazia o Flokinho também. Vais ver que vais gostar do Flokinho. Ai que aquele pequenote quando crescer vai ser uma estrela como eu no filme, ora se vai!

2 comentários:

  1. ainda hoje tenho pratos a cheirar a peixe...

    :)

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  2. Ola pekenota, acho que devias pensar no que o snow diz, e olhares para o SER que realmente es, um ser lindo tanto por fora como por dentro, e nao ires por conversas ou atitudes de pessoas que te faxam sentir mal.
    Bjims fofinhs!! Patinho ama-te

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Zinom