sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Nosso pequeno grande momento de pausa em plena mutuação...


- Vamos fazer uma pausa. Vem, hoje vamos assistir algo diferente.
- Como por exemplo…?
- Vem. – Seguras-me na mão enquanto me sorris num terno olhar.
- Por onde então?
- Xuh… vem apenas, logo vês e sentes… confia em mim. – Sussurras-me enquanto vendas-me os olhos.
Caminhamos por um longo caminho enquanto passos meus guias. Pouco tempo depois com um suave toque indicas-me que me sente, enquanto que por trás de mim fazes o mesmo, ficando agora de costas junto ao teu peito.
Retiras-me a venda, envolves braços teus à volta do meu corpo e sussurras:
- Que tal?
- Tenho mesmo que te responder?
- Quantas são as vezes que um simples olhar teu indicas-me o que sentes?
- E consegues tu entender todos eles?
- Tento?
- Porque não…?
- Por exemplo, à segundos antes, indicava-me que ficaste radiante para com a vista daqui, acertei?
- Hmm… É obvio que me sinta assim, sabes que gosto de idolatrar pequenos grandes momentos como este.
- E se neste Nosso pequeno grande momento de pausa em plena mutuação te sussurrasse…
- …
- Amo-te.
Suspiro enquanto entrelaço meus dedos nos teus… E ali ficamos, naquele Nosso pequeno grande momento de pausa em plena mutuação, do outro lado do porto a ver grandes embarcações a atracar iluminados por um pôr-do-sol colossal na dúvida de quem seria o primeiro a quebrar aquele silêncio, apesar de o mar de fazer ouvir.
Viro o rosto para ti e num toque suave desenho-te os traços do rosto agora iluminados pela pouca luz do sol que se põe…
Suavemente, toco-te nos lábios contornando-os, aproximamo-nos enquanto olhamos nos olhos um do outro e confinamos o final de tarde mas início de uma vasta noite com um beijo.
Um beijo cúmplice que se faz sentir entre um descolar de lábios e o culminar de sensações… Juntas-me mais a ti e abraças-me… e eu… eu apenas desejo que esta nossa pausa não termine.
Seguro na tua mão, colocando-a entre nós, entrelaçada na minha, bem junto ao palpitar dos nossos corações que, mesmo não passando de um órgão, batem e fazem-se ouvir em plena mutuação.
- Amo-te também. – Sussurro-te enquanto olho-te nos olhos. - Meu pedaço d’alma reluzente.
- Como minh’alma desejava ouvir-te…
- Não basta ouvir-me num palpitar?
- Tua voz quebra não só o silêncio de um vazio como toda a escuridão que possa existe… Um palpitar teu é… é único, mas quando te prenuncias fá-lo com… - olho-te aguardando que concluas. – Eu… Eu amo-te e não o digo apenas porque…
- Xuh… Não justifiques com palavras… deixa-me sentir-te… – Começo a beijar-te suavemente no rosto como se cada beijo meu te sussurrasse o quanto quero-te.
Pouco depois de o sol se pôr, caminhamos agora nós em direcção a algo que nos é desconhecido, mas que numa mutuação de almas iremos descobrir…

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Zinom